quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Essa é uma história como outra qualquer ou qualquer coisa que entenda sobre ela.
Dentre muitos personagens um me chamava atenção. Nela havia um olhar distante, e havia também um coração disparado. Pra mim era como se ela vivesse em um mundo de fantasias, o mundo dela, porém mais real do que de muita gente por ai. Mas quando ela fechou os olhos, imaginou alguém e o desejou definitivamente. Quase como se quisesse arrancá-lo de seu pensamento.
Havia um cara do outro lado da rua, da loja de doces, o de suéter cor-de-abóbora, a olhava sem desviar o olhar. Ele olhava para aquela menina e se perguntava o que ela poderia estar fazendo numa cidade como essa. Uma menina que julgou tão cheia de poesia, poema, canção. Sentiu uma súbita vontade de abraçá-la, nina - lá, talvez ela precisasse disso.
Ela retornou o olhar com indiferença e perguntou a si mesma porque aquele homem a olhava com tanta curiosidade. Por um instante sentiu medo, se sentiu invadida por aquele estranho que prendera teu olhar e que tentava invadir teus pensamentos, chegou a pensar que ele pudesse tocar sua alma.
Saiu dali andando com passos largos, quase correndo. E assim que trem chegou ela logo embarcou, sentou no banco que possuía a vista para o lado de fora. Colocou os fones de ouvido, folheou algumas páginas do livro e sem sentir interesse o fechou.
Por um instante ela sentira a impressão que já havia visto aquele homem. Que já sentira aquele cheiro doce em algum lugar. Mas não foi por um caso. Talvez alguém que tenha visto por aí andando pelas ruas como qualquer outra pessoa. Alguém que tenha olhado sem interesse, ou talvez fosse dos seus sonhos. E o que sabia realmente era que não foi alguém que algum dia tenha lhe mandado flores.
Mas não sabia por que estava se permitindo pensar em alguém que não conhecia de fato. Ele poderia ser qualquer outro rapaz que usava perfumes com fragrâncias doces por que lhe agradava e usava um casaco cor-de-abóbora por que achava que lhe caia bem. Ou talvez não, talvez fosse mesmo dos seus pensamentos, pois sabia que sua mente não tinha dificuldade alguma em criar fantasmas.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Ás vezes quando a noite cai , me parece que os meus medos voltam ainda mais intensos, e a dor mais aconchegante junto ao frio. Eu olho para os lados e aperto os olhos tentando encontrar aquele cheiro e quando ele chega doce aos meus lábios eu sinto saudade daqueles olhos, que me dizem coisas sem querer. Daquelas mãos molhadas, definitivamente frias. Daquela sensação. Ah, aquela sensação que me faz sentir tão viva diante dos meus pesadelos.