quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Metade

Que a força do medo que eu tenho, não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca. Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silencio... Que a música que eu ouço ao longe, seja linda, ainda que triste.. Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada mesmo que distante. Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas, como a unica coisa que resta a um homem inundado de sentimentos. Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que eu calo. Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço. E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada. Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Que o espelho reflita em meu rosto, um doce sorriso, que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei. Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito. E que o  teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, e a outra metade é cansaço. Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba. E que ninguém a tente a complicar por que é precisa simplicidade para faze-la florescer.
Por que metade de mim é platéia, e a outra metade é canção. E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade...também.

Ferreira Gullar

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Momentos incertos

"E agora por que tão lúcido,
Se antes estive mais?
Porque cobrir feridas da alma com um momento vazio?
Se acordado me sinto tão sonolento,
E dormindo não me sinto tão vivo.

Se cada vez mais o tempo passa,
Estou de volta ao futuro,
Estou de volta ao moderno.
Queria apenas conquistar o passado,
Fugir para o primitivo,
Reclamar o incerto.

Despojado de meu rosto
Descubro a perfeição,
Pois se não há beleza nem tristeza,
Não há ao menos solidão.

E se sorrir é uma mentira,
Quem dera eu ser o mentiroso
Ao menos uma unica vez,
Sentir se tudo fosse novo.
E agora se não há mais um rosto,
Preciso sentir o meu corpo.
E se tudo isso não é um todo
Queria ao menos tocá-la de novo.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu senti saudade de mim mesma
Vi a minha alma virando a esquina como quem corresse de mim
A principio me perdi
Depois te encontrei
Eu sei que te apunhalaram pelas costas, mas me deixe cuidar das suas feridas
Não peço que se apaixone
Mas tente ver algo bom em mim
Meu pensamento é tão seu
Posso estar perdendo tempo aqui parada mas,
Você não me deixa escolha a não ser esperar
Não sei se lhe disseram: esperas são dolorosas
Mas quando vi minha alma virando novamente a esquina algo me disse que ela não me pertencia
A principio te perdi
E não mais me encontrei

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"É tudo tão bonito que me dói e pesa. Fico pensando que nunca mais vai se repetir, é só uma vez, a unica, e vai me magoar sempre."


domingo, 7 de novembro de 2010

Passaram tantos dias desde que cheguei na Califórnia. Eu não sei como você está, mas também não sei se gostaria de saber. Tenho me sentido confusa e sem direção por que a tristeza tem ocupado a maior parte da minha mente, e junto dela vem você. Quando me lembro do seu sorriso, logo em seguida meus lábios se puxam levemente de um lado a outro.
Hoje você deve ter tomado três ou quatro doses de alguma coisa que tem te feito esquecer dos meus olhos por algum instante. Eu sei, dói em mim também. Apesar das milhas eu ainda ouço você me chamar. Eu não posso voltar aos mesmos lugares sem que minhas pernas bambeiem. Mas estou sentado agora, no lugar em que me entregou sua vida. Eu confesso que me sinto vazia sem o meu coração, eu sei que ele está com você. E junto de mim, o seu.
Minhas mentiras e minha mente confusa tem nos separado. E meu corpo dói tanto ao ponto de eu acreditar que minha alma quer te encontrar.
Você acreditaria se eu dissesse que eu não tenho conseguido chorar. Eu nem ao menos tenho tentado. O telefone tocou ontem, depois de tanto tempo e espera, mas quando fui atender não era sua voz rouca e lenta chegando aos meus ouvidos.
Eu não sei se é certo dizer mas eu acho que tenho sentido saudades. Também nunca imaginei que isso aconteceria mas...estou me sentindo uma tola agora. Queria que sentisse minhas lágrimas, por que eu não as sinto. Estão guardadas feito mágua travada na garganta. [...]

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tão livre nos seus lábios, palavras prematuramente tristes.

The Smiths - I don't owe you anything

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não consegurás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dela, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dela(...)"

Caio f. abreu

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Lentamente, eram assim que as musicas chegavam aos meus ouvidos
Éramos dois corações
Perto demais, como se pudessem se atravessar
Quando me disse bem baixinho
- Eu senti falta do seu cheiro quando eu me dei conta que ninguém mais poderia preencher esse vazio que se passa aqui dentro de mim.
Eu posso estar perdido, leve
Preso a lembrança do seu beijo doce
Querendo esquecer o que viesse cedo à memória
Mas eu quero estar onde você estiver.

sábado, 9 de outubro de 2010

Me desculpe por ter te esquecido por um minuto, só estava tentanto conter meus sentimentos.
É tudo tao difícil com você por perto, eu me sinto tao frágil
não queria que me visse assim, forçando sorrisos até enfim te ver
fechando lentamente os olhos e me afastando das pessoas ao redor, sem que percebesse
pois é isso o que faz comigo.
Estive presa em mim, tão fraca e desiludida.
Queria te dizer algo assim que te tocasse de dentro pra fora.
Se ficar prometo nao dizer nada
até que perceba minha ausência sentida.
Te quero assim longe
assim sobrio
dentro e fora do coração.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"Cansado, cansado. Quase não dormi. E não consigo tirar você da cabeça. Estou te escrevendo porque não consigo tirar você da cabeça. Hesito em dizer qualquer coisa tipo, me-perdoe ou qualquer coisa assim. Mas quero te contar umas coisas. Mesmo que a gente não se veja mais. Penso em você, penso em você com força e carinho."

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Minha menina, de olhos rasos e coração partido,
Posso te levar onde quiser 
Mas se for partir, prometo te avisar.
O verão chegou 
E os seus cabelos sobre a minha boca quente 
Me fazem esperar até que o seu cheiro me invada
Como se partisse ao meio minha solidão.
Eu chego acreditar quando me olha assim, doce.
Senti falta da tua ausência me consumindo,
Não diga nada
Olhe para mim e sorria,
Apenas para mim.
Não existe saída; perdi o ar quando fugia dos meus olhos.
Minha, tão minha
O que vier de você é bom, é sossego.

"Neste exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva."
Natureza viva - Morangos mofados

terça-feira, 14 de setembro de 2010

“Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”

sábado, 11 de setembro de 2010

Eu tento te dizer todos os dias o quanto é difícil te ver saindo de mim.
E te ver olhando o nada sem saber se em você ainda há guardado um sorriso meu
No vazio onde vivo existe um pouco de você
As musicas cantadas ao pé do ouvido e o tempo perdido
E enquanto o mundo muda de direção, que você continue me vendo nos teus olhos
Mas eu te peço, não permita que eu morra dentro mim
Foi difícil chegar até aqui
Com as pernas fracas e o coração estilhaçado
Eu senti muito por não ter tido coragem
E mesmo que ainda existam cantos vazios, eu sempre soube que nós nunca tivemos um ao outro

domingo, 5 de setembro de 2010

Poderia ter sido diferente
Mas da estrada até aqui eu vi quem eu poderia ter sido
Eu fiz o impossível por você, foi egoísmo
Mas se eu não me sentisse tão vazio
Poderia ter criado coragem

A saudade marcou, marcou fundo
Eu confesso que até hoje levo lágrimas nos olhos
E te levo comigo no canto mais profundo da mente
Entre as minhas roupas. Num pouco de realidade
Onde couber ...

Como se o folego tivesse acabado
Os sonhos fugiram de mim e você das minhas mãos
Eu escrevo agora apenas uma lembrança
E te digo que não sou ninguém sem o teu coração

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Tudo mudou de diração
Eu quis correr e fugir com você, mas você me deixou pra trás
Eu senti o vazio e nada pôde me preencher
Perdi o controle, depois o sentido
Tudo se perdeu
Todos olham, mas não entendem
Quem poderia sentir o nada?
Chegou o fim dessa história
Eu precisei aprender a viver sem ar
Eu precisei aprender a viver sem você

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Recomeço

Me domina de uma forma que eu nem sei, se é saudade ou é costume de te querer mais do que mereço, pensar mais do que me permito, sonhar mais do que o possível.
Esperar o quanto for para ouvir sua voz no telefone mudo. Te encontrar em cada detalhe da minha roupa. Tentar encontrar uma lembrança sua em algum lugar da minha mente revirada.
Nada mudou aqui dentro de mim. Eu respirei fundo e tentei me segurar em você, te atravessar, te tocar mais além, mas tudo continuou igual.
E se eu pudesse ao menos uma vez te olhar no fundo dos olhos, sentir então meu corpo fraquejar, trocaria a noite inteira de cafés amargos, pensamentos desolados, não mais voltaria ao mesmo lugar. E sem pensar fugiria sem você, pra nunca mais voltar.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sentimental

Um dia desses parei pra pensar. Pensar em outra coisa que não acabe em você. Quando acordo, quando escrevo, quando durmo. Provando-te em sonhos.
Sem querer a cada esquina te vejo, sentado num bar qualquer, contando a outro sobre certo alguém que fugiu de ti, de perto dos teus olhos. Pedindo pro garçom uma dose de uísque junto de muito amor.
Te olhando assim de fora, resgatei sem querer o passado. Lembrei da primeira vez que te vi, nos meus sonhos mais distantes. Você olhando em minha direção, como se não pudesse me alcançar e dizendo - Por que me olha assim, como se pudesse me invadir? – Sorrindo eu respondi. Lá dentro de mim eu sabia então que era capaz.
Mais uma vez pensei o que me fez agir assim, tentar te tirar de qualquer maneira de dentro de mim. Sem ao menos imaginar se doeria em você. Tão distante, aéreo, me enganando tão bem. Mas então qual foi meu erro, a não ser te amar demais? Sentir uma dor intensa dês da ponta dos dedos dos pés até o coração, os olhos, a cabeça. Te amar tanto e sentir o ar me faltando. Entrar pelos teus olhos e me perder no seu corpo. Tanto que até permiti que me deixasse, me odiasse. Afinal qual foi o meu erro? [..]

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"Sei que pretendia dizer alguma coisa muito especial pra você, alguma coisa que faria você largar tudo e vir correndo me ver."

terça-feira, 29 de junho de 2010

documento1

Eu estive chorando por dias e dias, mas isso não me fez enfraquecer.
Você tirou de mim todo aquele sentimento de não sentir nada. Era triste, mesmo alegre, sempre foi triste.
Eu tive você por tão pouco tempo, mas te tive dentro de mim, feito uma segunda alma, ou algo assim, tão profundo que ninguém se atrevia a tirar.
Eu sei que ainda não entendo suas verdades, mas, é pra te ter mais tempo na memória.
Não vamos ver aqueles dias de novo então, continue seu caminho e me guarde nos seus olhos, por que eu vou te guardar nos meus.

sexta-feira, 11 de junho de 2010


Tu me amavas. Que direito tinhas então de me deixar? Que direito ... responde-me ... por causa do miserável capricho que sentiste por Linton? E quando nem a miséria, nem a degradação, nem a morte, nem nada que Deus ou Satanás pudesse infligir-nos poderia separar-nos, tu, por tua própria vontade, o fizeste. Eu não parti o teu coração ... foste tu que o quebraste, e, quebrando-o, quebraste também o meu. E tanto pior pra mim, que sou forte. Tenho eu necessidade de viver? Que vida será a minha quando ... Oh! Deus! Terias tu vontade de viver com tua alma metida num túmulo?

O Morro dos Ventos Uivantes

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Te olhando ainda assim, caminhar com o corpo ereto e os olhos sempre buscando alcançar o inalcançável, enfim. Te ouvir mesmo sem querer, te sentir, sem pensar. Me perder quando não te acho em mim, virou normal. Sair por aí pra não te encontrar e quando a noite vem sentir seu cheiro do lado direito da minha cama ou colado dentro de mim. Como se não soubesse que tudo que escrevo acaba em você, sem saber se em você, tudo acaba em mim.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Olhe nos meus olhos e diga o que realmente vê. Diga se há luz dentro deles, se for preciso minta! Mas volte atrás..
Me conte os seus sonhos, medos, desejos, anseios.. Me pegue no colo, me abrace sem fim. Tente me ganhar com um sorriso, me surpreenda de um modo discreto. Me dê corações, como de papel. Feche os teus olhos e eu fecharei os meus. Grite como se ninguém te ouvisse, mas termine as canções imcompletas em mim. Então me desculpe por sentir tanto. E não te dizer tudo o que não entendo. Desapareça, e quando eu acordar me encontre novamente. Segure firme nas minhas mãos, não me deixe despertar agora. Quantas vezes você viu o amor morrer, quantas vezes o viu renascer.
Não me conte sobre você mas me faça sentir saudades. Suma como se nunca mais fosse voltar, e então volte. Volte como se nunca pudesse ir embora novamente.

domingo, 18 de abril de 2010

Todos os dias e noites que passaram e que ainda iriam passar, eram definitivamente iguais. As noites eram frias e de tão silenciosas chegavam a ser ensurdecedoras. Como todas as vezes que olhava quase sem enxergar para as luzes coloridas dos postes, e (estupidamente) lembrava do que à tempos queria esquecer.
Era sempre assim, quando se olhava no espelho não se lembrava realmente quem era aquela pessoa logo a sua frente, naquele reflexo. Ela se tornou tão insensível que não sentia mais nem o frio que passava através da sua blusa de malha barata.
Só ela mesma sabia como era esperar alguém que talvez nunca virá. Como era doentio amar, e como era doloroso sentir saudade daquilo que um dia já foi seu. Só ela sabia, ou pelo menos achava que sabia.
Desde que encontrara seus famosos ''olhos castanhos'' não parava de pensar em como poderia ser bom pra ela mudar. Mesmo sentindo medo de mudanças, ainda mais repentinas, seria bom. Por que agora não sabia realmente o que estava sentindo. Quando pensava nele sentia como se uma tempestade estivesse se aproximando na sua barriga. Não sabia o que sentia por que se não era amor, era bem melhor do que isso.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Na verdade ela nunca havia se sentido tão bonita e admirável como naquele dia. Os seus cabelos compridos que sempre estiveram soltos e como ela mesma tinha percebido: definitivamente sem graças, estavam presos agora, em um rabo de cavalo desengonçado, que a deixou com uma aparência séria, ainda mais bonita.
Encostou novamente a cabeça no banco e fechou os olhos, ouvindo a música baixa e lenta que saia dos teus fones de ouvido. Sentindo o vento que vinha do lado de fora do trem, suspirou bem fundo e pensou nele, no rapaz do suéter.
Quando chegou em casa jogou o casaco sobre o sofá. Tirou os sapatos, colocou as pantufas nos pés. Foi até a cozinha e pegou uma garrafa barata de vinho tinto na geladeira. Ela chorou muito naquela noite. Na verdade estava sentindo medo de cair no abismo de outros olhos, medo de saber que mesmo que amasse alguém, ninguém poderia devolver todo esse amor pra ela, ninguém amaria alguém tão fraco e tão pequeno. Mas quando mencionava essa palavra, seu corpo estremecia.
Olhou no espelho e no reflexo viu seus olhos inchados, vermelhos, assim como ontem, anteontem... Cambaleando foi até a sala e pegou o telefone, o olhou por alguns minutos depois finalmente discou, o levou até a orelha e esperou. Logo atenderam e uma voz rouca chegou até seus ouvidos. A voz sem obter resposta, desligou.
Ela fechou os olhos, e mais uma vez sangrou, chorou feito uma criança.
Os seus olhos se fecharam lentamente e o seu corpo de tão exausto caiu no chão.
Por um momento sua mente saiu da realidade e entrou no mundo dos sonhos, de vez tão menos doloroso. O que lhe surgiu na mente foi um beijo. Tão verdadeiro que na sua boca sentiu o gosto daqueles lábios. Sentiu as mãos macias e molhadas entre os seus cabelos e isso fez com que lhe surgisse certo arrepio. Era noite, quente, tão quente que lhe fazia sentir calor do seu corpo sobre o chão frio. Os braços que não soltavam sua cintura cada vez mais puxavam aquele corpo diante do seu. Forte como se quisesse atravessá-lo, quente feito um abrigo.
Ela acordou assustada, tão confusa e fraca que não conseguiu levantar do chão. Sua cabeça girava, e ficava difícil enxergar alguma coisa com os olhos tão embaçados. Se jogou novamente no chão, fechou seus olhos e sentiu sua sala rodar. Lembrou do sonho. E os ventos que surgiram na sua barriga fizeram com seu coração disparasse.
Do lado de fora chovia forte como se nunca mais fosse parar. Ela acordou e se deu conta que estava sozinha novamente. Tão sozinha quanto na noite passada. Tão sozinha que o silêncio não era mais assustador pra ela. Ficar ali contando a si mesma seus próprios medos se tornou uma saída, ninguém poderia ser tão confiável quanto ela mesma. Ou não, não tinha certeza disso agora, pois já havia traído a si mesma tantas incontáveis vezes.
Hoje seus olhos ardiam por não ter mais forças pra chorar, e quando não conseguia evitar, chorava até que os sentisse queimar. Era inevitável não sentir falta daqueles olhos castanhos. Algumas vezes ela chegara a ouvir as canções sussurradas próximo ao seu ouvido quando fechava os olhos, a mesma voz que a acalmara muitas vezes.
Era doloroso sentir saudades, mas não podia impedir que o buraco do seu peito se abrisse cada vez mais. Não agora. Não encontrava forças pra isso.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Essa é uma história como outra qualquer ou qualquer coisa que entenda sobre ela.
Dentre muitos personagens um me chamava atenção. Nela havia um olhar distante, e havia também um coração disparado. Pra mim era como se ela vivesse em um mundo de fantasias, o mundo dela, porém mais real do que de muita gente por ai. Mas quando ela fechou os olhos, imaginou alguém e o desejou definitivamente. Quase como se quisesse arrancá-lo de seu pensamento.
Havia um cara do outro lado da rua, da loja de doces, o de suéter cor-de-abóbora, a olhava sem desviar o olhar. Ele olhava para aquela menina e se perguntava o que ela poderia estar fazendo numa cidade como essa. Uma menina que julgou tão cheia de poesia, poema, canção. Sentiu uma súbita vontade de abraçá-la, nina - lá, talvez ela precisasse disso.
Ela retornou o olhar com indiferença e perguntou a si mesma porque aquele homem a olhava com tanta curiosidade. Por um instante sentiu medo, se sentiu invadida por aquele estranho que prendera teu olhar e que tentava invadir teus pensamentos, chegou a pensar que ele pudesse tocar sua alma.
Saiu dali andando com passos largos, quase correndo. E assim que trem chegou ela logo embarcou, sentou no banco que possuía a vista para o lado de fora. Colocou os fones de ouvido, folheou algumas páginas do livro e sem sentir interesse o fechou.
Por um instante ela sentira a impressão que já havia visto aquele homem. Que já sentira aquele cheiro doce em algum lugar. Mas não foi por um caso. Talvez alguém que tenha visto por aí andando pelas ruas como qualquer outra pessoa. Alguém que tenha olhado sem interesse, ou talvez fosse dos seus sonhos. E o que sabia realmente era que não foi alguém que algum dia tenha lhe mandado flores.
Mas não sabia por que estava se permitindo pensar em alguém que não conhecia de fato. Ele poderia ser qualquer outro rapaz que usava perfumes com fragrâncias doces por que lhe agradava e usava um casaco cor-de-abóbora por que achava que lhe caia bem. Ou talvez não, talvez fosse mesmo dos seus pensamentos, pois sabia que sua mente não tinha dificuldade alguma em criar fantasmas.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Ás vezes quando a noite cai , me parece que os meus medos voltam ainda mais intensos, e a dor mais aconchegante junto ao frio. Eu olho para os lados e aperto os olhos tentando encontrar aquele cheiro e quando ele chega doce aos meus lábios eu sinto saudade daqueles olhos, que me dizem coisas sem querer. Daquelas mãos molhadas, definitivamente frias. Daquela sensação. Ah, aquela sensação que me faz sentir tão viva diante dos meus pesadelos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Foi derrente, foi estranho, foi discreto, foi confuso, complicado, foi rápido, emocionante, especial, foi intenso, inesquecível, como um sonho...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O que eu às vezes não entendo é a frequencia de como eu me perco, como saio de mim, muitas vezes sem querer, sem pensar. Quando a dor vem e volta, sem a intenção de sair. As lágrimas caem frenéticas e o coração.. o coração sempre na boca.
Meu bem, eu já lhe disse que o seu sorriso é o que mais me encanta. Tão verdadeiro, nem sempre tão meu.
Mas diz pra mágoa fechar a porta, diz pra ela jogar as chaves fora, por que aqui eu não volto mais.
E antes de eu ir embora quero te dizer que meu amor por você é inigualável, que se você olhar em volta os meus braços são os únicos capazes de te acolher, que os meus olhos e as minhas palavras de amor em sussurros te confortam, que você é definitivamente vazio sem mim.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010


Si pudiera explica no te digo que no, pero tampoco digo que sí. Si pudiera explicar lo que siento, si pudiera decir que estoy muriendo y que ya no aguanto más. No sabes cuánto te quiero, pero a veces puede más el miedo. Es la sombra en ti que me frena a seguir y me confunde al estar junto a ti. Dime que me quieres como yo te quiero, dime que no habrá más problemas, dime cómo puedo, dime cómo arreglo este sentimiento que me trae dando vueltas. No hay prisa, yo lo sé, algún día lo sabré, no sé que tienes, pero me enamoré. Es tu forma de ser o tu forma de mirar, o será que al sonreír tú me matas. Es la marca de tus besos que me llevan al cielo, eres tú quien me pone de nervios. Tú, el que no me deja pensar, el que sin querer alteró los latidos de mi corazón. Es que no había vivido lo que me haces sentir. No sé qué va a pasar, pero ya no puedo más. Esta espera me mata, no sé si frenarme o no parar. Si lo que sientes es verdad, no me dejes renunciar.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010