domingo, 18 de abril de 2010

Todos os dias e noites que passaram e que ainda iriam passar, eram definitivamente iguais. As noites eram frias e de tão silenciosas chegavam a ser ensurdecedoras. Como todas as vezes que olhava quase sem enxergar para as luzes coloridas dos postes, e (estupidamente) lembrava do que à tempos queria esquecer.
Era sempre assim, quando se olhava no espelho não se lembrava realmente quem era aquela pessoa logo a sua frente, naquele reflexo. Ela se tornou tão insensível que não sentia mais nem o frio que passava através da sua blusa de malha barata.
Só ela mesma sabia como era esperar alguém que talvez nunca virá. Como era doentio amar, e como era doloroso sentir saudade daquilo que um dia já foi seu. Só ela sabia, ou pelo menos achava que sabia.
Desde que encontrara seus famosos ''olhos castanhos'' não parava de pensar em como poderia ser bom pra ela mudar. Mesmo sentindo medo de mudanças, ainda mais repentinas, seria bom. Por que agora não sabia realmente o que estava sentindo. Quando pensava nele sentia como se uma tempestade estivesse se aproximando na sua barriga. Não sabia o que sentia por que se não era amor, era bem melhor do que isso.

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